ECOS
Cansada de tentar voar, firmei meus pés no chão
Andei errante tantas eras por entre heras
Que acabei me esquecendo de onde vim, pra onde vou
Por onde caminhei, ‘té me esqueci de quem era eu
Calcando pedras e espinhos por infinitos caminhos...
Ouvindo sempre na voz lancinante do vento,
Ecos latentes de um tempo perdido no sem fim:
“_ Sinto falta de ti!... Falta de tiiiii!!!... De tiiiiiiiiii!!!...”
Fios de luz por entre as frestas das impassíveis árvores
Dançam frenéticos aos sons do pensamento
A nebulosa da manhã tão densa, como uma venda me impedem ver
Aos olhos d’água a correr-me a face, minando um rio nesse alvorecer
Ribeira d’ alma que inunda e me banha inteira
E a sinfonia dos ecos do silêncio, em mim ressoa em forte alarido
Seus ecos tristes nesse meu viver:
“_ Sinto falta de ti!... Falta de tiiiii!!!... De tiiiiiiiiii!!!...”
E eu me pergunto a duvidar comigo:
Se sou a mesma em casca de cigana?
De alma errática, expulsa do paraíso?
Vagando ao esmo perdida do juízo?
E enfim, ao longe, avisto uma imagem,...
Eu me pergunto com medo de saber...
Será um sonho, uma ilusão, uma miragem?...
Dói-me a dor no exílio desse amor
E se misturam dentro do meu peito,
Vozes saudosas e eflúvios de querer...
“_ Sinto falta de ti!... Falta de tiiiii!!!... De tiiiiiiiiii!!!...”
Eu me aproximo com pés indecisos
Sou recebida por ti, em caloroso abraço
A natureza, se regozija em festa
Calam-se as vozes dos ecos tão sofridos
Estou em casa, descanso em teus braços...
Nina Costa, em 20/07/2016
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