Poemas minimalistas
Sem assento na cena
não declamo a fala
que me condena
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Orgulho de cedro e passarinho,
o verão se desmoraliza
com El Niño.
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Do mui sábio Salomão:
viver ou desviver,
eis a questão.
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No tempo inominado
fui sem ter sido
nem criado
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Deus não joga bozó
Darwin joga cartas
com uma mão só.
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Num átomo de carbono
a vida boceja
cospe e cai no sono
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Militante rebeldia
meu “eu-épico” vive e morre
todo dia
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No campo de batalha
da vida essencial
morrem o bem e o mal.
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Matematicidade
quanto mais velho fico
melhor idade.
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Não curo
nem mato;
sou como pedra
em teu sapato.
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Em mil vindas e idas
perdeu há muito tempo
o senso das partidas
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