Poemas minimalistas

Sem assento na cena

não declamo a fala

que me condena

* * *

Orgulho de cedro e passarinho,

o verão se desmoraliza

com El Niño.

* * *

Do mui sábio Salomão:

viver ou desviver,

eis a questão.

* * *

No tempo inominado

fui sem ter sido

nem criado

* * *

Deus não joga bozó

Darwin joga cartas

com uma mão só.

* * *

Num átomo de carbono

a vida boceja

cospe e cai no sono

* * *

Militante rebeldia

meu “eu-épico” vive e morre

todo dia

* * *

No campo de batalha

da vida essencial

morrem o bem e o mal.

* * *

Matematicidade

quanto mais velho fico

melhor idade.

* * *

Não curo

nem mato;

sou como pedra

em teu sapato.

* * *

Em mil vindas e idas

perdeu há muito tempo

o senso das partidas

www.fabiomozart.blogspot.com

Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 07/08/2016
Código do texto: T5721204
Classificação de conteúdo: seguro