Yule
Quando já não me precisar mais
E, em mim, olhar os longes e os pertos,
Ainda estarei aqui
De asas abertas em saltos mortais.
Quando fechar os olhos
E em tudo não mais me puder ver,
Acredite-me:
Eu ainda estarei aqui.
Quando as folhas do carvalho
No solstício de Inverno,
Começar a falecer
E em tudo houver um sentimento
Frio e adormecido nos arbustos,
Creia-me:
As mãos ainda assim irão procurar as suas...
Se ainda assim,
Não me quiser mais
E sentir a solidão dos dias de chuva,
Não se ponha triste
Como se fosse as manhãs construídas de nuvens.
Eu, apesar das lacunas do tempo,
Ficarei aqui.
Estarei adormecendo os dias,
Acordando as noites,
Preparando o mundo para seu retorno
Que amanhecerá os horizontes
Com fortes raios de auroras.