Yule

Quando já não me precisar mais

E, em mim, olhar os longes e os pertos,

Ainda estarei aqui

De asas abertas em saltos mortais.

Quando fechar os olhos

E em tudo não mais me puder ver,

Acredite-me:

Eu ainda estarei aqui.

Quando as folhas do carvalho

No solstício de Inverno,

Começar a falecer

E em tudo houver um sentimento

Frio e adormecido nos arbustos,

Creia-me:

As mãos ainda assim irão procurar as suas...

Se ainda assim,

Não me quiser mais

E sentir a solidão dos dias de chuva,

Não se ponha triste

Como se fosse as manhãs construídas de nuvens.

Eu, apesar das lacunas do tempo,

Ficarei aqui.

Estarei adormecendo os dias,

Acordando as noites,

Preparando o mundo para seu retorno

Que amanhecerá os horizontes

Com fortes raios de auroras.

Amael Alves Rabelo Júnior
Enviado por Amael Alves Rabelo Júnior em 20/07/2007
Código do texto: T572108
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