Sobras e Sombras
O corpo descarregado pela fadiga,
Em si abriga todo o vazio que cabia,
Em si abriga todo o vazio que cabia,
Descompassando ou descamando,
No sono da noite, no clarear do dia.
O corpo arqueado pela curva elipse,
O sol se escondendo numa eclipse,
Mãos trêmulas, olhos entorpecidos,
Arcanjos acovardados e desvalidos.
O corpo escavado pela voz da morte,
Em si escovado pelas luzes das luas,
Sobras nuas, andarilhas sobre a vida,
Em sombras não minhas e não suas.