SOFÁ
no infinito pequenino
do berço de gente grande
o sofá parece um gigante
gigante que me abraça
me aquece, me acolchoa
eu durmo mais no sofá
do que suponho
a sala é toda minha casa
inteira sensibilidade
eu amo nela viver
apesar de ser pequena
pois tenho tudo que preciso
para meu uso constante
tenho ate um improviso
pra noites angustiantes
que é a tela que escrevo
o teclado que estremece
diante do meu aconchego
não há tempo que se apresse
olho para o sofá
ja meio desgastado
pelo meu corpo moldado
é bom deitar lá
dormir na sala
acordar na sala
ter insonia na sala
e o quarto fechar
por aqui logo ouço os passarinhos
ao acordar a cada manhã
e pio junto com eles
com meu bico de avelã
´não importa
essa noite acordada
é pra viver mais um turno
quando eu morrer
a, quando eu morrer
eu durmo !