COMO SE FOSSE UMA MARIA FUMAÇA
Café com pão, manteiga, não, piui........
Desde menino a emoção na estação,
mirando a máquina movida à carvão,
comparando-a com as que dão a vida,
elos misturados de chegada e partida.
Cresce espadaúdo e, por associação,
desvenda curioso na Maria de carne
envolvente dialogo em cada detalhe,
do prolongamento do prazer juvenil.
Aqueles aros tão polidos, violentados
na introdução de propulsores, partem
no vai e vem, dança lenta, vai o trem,
gigante nos trilhos, com força vem.
A locomotiva serpenteia, Maria rebola,
aumenta o vai e vem, o trem apita,
Maria grita, ápice maior, não controla
a entrada do túnel gerador da vida.
Jorra com exuberância toda a emoção.
Maquinista e máquinas refeitos agora,
desaceleram seus controles, embora
tudo recomece na próxima estação.
Café com pão, manteiga, não, piui.....