o verso
Esse verso
Que atravessa a pele,
Já tocou o sol
De perto e penetrou
Nas mãos que liga o
Sol ao mar,
Foi o barco, a vela
E vento, trio ternura
Do movimento, a
Mão que bate na boca
E a boca que fica sem
Dente, agora atravessa
A pele, desce no corpo
Suas travessas, o verso
Que importa o que ele
Versa, Esse verso já foi
Homem, em outra
Paragem, mulher
Bicha, assassino,
Notas de rodapé
Já lutou espada
Na guerra vencida,
Perdeu tantas mulheres,
E foi rei, mendigo,
José, equilibrista
De circo, varejista,
Já amou e foi amado
Agora, do outro lado
Da pele, será no poema,
O próprio lastro
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Antes, esfreguei
Na língua uma ninfeta
Noturna que esfregava
No assoalho das papilas
O assanhado de sua vagina,
O anzol
Pendurado na linha
Invisível de plástico
E orgasmos
Salto ornamental
O anzol desce
Mais profundo
Naquele
Mundo
De pássaro
Que mergulha
Onde não é o ar
O seu mistério
Mas a água turva
Banhada em rodas
De bicicletas com
Seus aros de olhos
E de planetas, que
Rodam como se roda
A roda do carro
Que traz o destino
Pra perto, onde
Trafega belas mulheres
Casadas, com os dedos
Livres de suas masmorras
Compartilha a pele
Que mais ampla
Esconde a fruta no
Corte entre as pernas