o verso

Esse verso

Que atravessa a pele,

Já tocou o sol

De perto e penetrou

Nas mãos que liga o

Sol ao mar,

Foi o barco, a vela

E vento, trio ternura

Do movimento, a

Mão que bate na boca

E a boca que fica sem

Dente, agora atravessa

A pele, desce no corpo

Suas travessas, o verso

Que importa o que ele

Versa, Esse verso já foi

Homem, em outra

Paragem, mulher

Bicha, assassino,

Notas de rodapé

Já lutou espada

Na guerra vencida,

Perdeu tantas mulheres,

E foi rei, mendigo,

José, equilibrista

De circo, varejista,

Já amou e foi amado

Agora, do outro lado

Da pele, será no poema,

O próprio lastro

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Antes, esfreguei

Na língua uma ninfeta

Noturna que esfregava

No assoalho das papilas

O assanhado de sua vagina,

O anzol

Pendurado na linha

Invisível de plástico

E orgasmos

Salto ornamental

O anzol desce

Mais profundo

Naquele

Mundo

De pássaro

Que mergulha

Onde não é o ar

O seu mistério

Mas a água turva

Banhada em rodas

De bicicletas com

Seus aros de olhos

E de planetas, que

Rodam como se roda

A roda do carro

Que traz o destino

Pra perto, onde

Trafega belas mulheres

Casadas, com os dedos

Livres de suas masmorras

Compartilha a pele

Que mais ampla

Esconde a fruta no

Corte entre as pernas

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 04/08/2016
Reeditado em 04/08/2016
Código do texto: T5718832
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