hoje

de onde vim, não

sei, também não

sei de meu destino,

Experimentar o chão

Firme não parece existir

Chão firme, somente o

Devorar dos fundamentos

Do mundo, de suas escoras

Ate então, ungida na parte

De cima de algum sobrado,

o mundo, de novo, o mundo,

se pudesse engoli-lo e

Dar-lhe a forma de uma

Fruta, dessas que se carrega

Para o amor da gente, no

Entanto, o mundo é grande,

Maior que esse coração que

Se despede de alguns olhos,

Que em outra temporada foi

Pele e sacramento, acender

A lenha pela manhã, pôr na

Mesa o café, o pão com manteiga

E imaginar uma flor se desdobrando

Enquanto os dentes corta ao

Meio o que já esteve em plena

Forma, e depois, caminhar,

Como tenho feito, torto, esvaziado

Sequer sonho, na garganta, a

Sombra a assaltar o vigor

Das pernas, mesmo assim,

Ando, as praias são plácidas,

As pedras são belas, o mar

É infinito e no seu intimo

Distante conversa com a ponta

Do céu, o sol, imperador desses

Cantos, o sublime, e tem a noite

Com sua mucosa de medo, que nos

É, como somos, ao outro que amedrontamos,

Mas no fundo do seu pavor, avista-se

Um brilho na carne, vaga-lumes de

estrelas, pulso profundo nesse

universo da arte.

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 04/08/2016
Reeditado em 04/08/2016
Código do texto: T5718731
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