hoje
de onde vim, não
sei, também não
sei de meu destino,
Experimentar o chão
Firme não parece existir
Chão firme, somente o
Devorar dos fundamentos
Do mundo, de suas escoras
Ate então, ungida na parte
De cima de algum sobrado,
o mundo, de novo, o mundo,
se pudesse engoli-lo e
Dar-lhe a forma de uma
Fruta, dessas que se carrega
Para o amor da gente, no
Entanto, o mundo é grande,
Maior que esse coração que
Se despede de alguns olhos,
Que em outra temporada foi
Pele e sacramento, acender
A lenha pela manhã, pôr na
Mesa o café, o pão com manteiga
E imaginar uma flor se desdobrando
Enquanto os dentes corta ao
Meio o que já esteve em plena
Forma, e depois, caminhar,
Como tenho feito, torto, esvaziado
Sequer sonho, na garganta, a
Sombra a assaltar o vigor
Das pernas, mesmo assim,
Ando, as praias são plácidas,
As pedras são belas, o mar
É infinito e no seu intimo
Distante conversa com a ponta
Do céu, o sol, imperador desses
Cantos, o sublime, e tem a noite
Com sua mucosa de medo, que nos
É, como somos, ao outro que amedrontamos,
Mas no fundo do seu pavor, avista-se
Um brilho na carne, vaga-lumes de
estrelas, pulso profundo nesse
universo da arte.