Alma flor


 
Dia de céu sem nuvens, só o sol reinando, valente,
queimando na pele.
Uma pétala perdida, ainda com vida, solta! Voou até descer,
seguindo triste olhando o leito do rio, sem riso, sem rio.
Sem exageros, nem um pouco... Acredite.
Ela comedida, tímida, queria voltar à ser flor.

Como voltar a ser... Sem seu amor.

Foi...  Foi para longe confundir-se com a grandeza do mar,
Ele transbodando, transparente lá estava,
Podia-se bem ver o seu fundo...
Nada, nada mais nele tinha cor, que loucura, que horror.

A pétala desiludida,
Foi às borboletas, pelos jardins do mundo...
O que encontrou? - Rosas ressecadas.
Quem fez isso, quem as desbotou?
E as borboletas, os pássaros. Nada restou.

Noite ...Sem luar, ao longe não avistava uma saída,
a vontade da pétala era fechar-se em seu mundo,
Todas as estrelas se esconderam,
choravam à mercê da escuridão que é, não mais ter vida.

A pétala, alma da flor, perdida, queria a felicidade de volta.
Queria voltar à ser empolgada, ser orvalhada, ser flor.
Sofria porque um dia uma mão veio e a despetalou.
Ela era o amor,  era a vida, não desistiria,
Acreditava, esperava o seu mundo voltar ao normal,
Porque tem coisas que o tempo não varre.
Mais um dia... Neste dia,
A sua tristeza foi cedendo, ela foi sorrindo...
Sorrindo, sorrindo, sonhando outra vez, se refazendo...
O senhor da poesia, feito o tempo, tomou pra si a sua dor
Colocou a pétala no lugar de onde ela havia saído,
Com seu mágico encanto, a alma em flor,
Mais uma vez transformou.
Tudo volta à florir em nossas vidas, quando é amor.


 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 03/08/2016
Código do texto: T5718167
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