a vida mesma

Aberto o coração

Da pedra

A vida lhe infiltra

Como uma dor

Insidiosa

Afunda,

Na lâmina

De sua lápide

E mais

Fundo

Perfura

O deserto sem alarde

E passa

A ser vento

Semente

O verde do abacate

A ternura

Da boca que ama

O clítoris entumecido

De uma fruta madura

O pênis cavalar de

Um inseto

O amargo das grandes

Viagens,

O vento, as mangueiras

E meu coração

A escutar essa seiva

Que se ouve do coração

Da pedra aberta, eu

Sinto que a vida vale

Pela vida mesma

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 03/08/2016
Código do texto: T5717914
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