Nua

Deixa me nua

E me visto de luas

Novas e minguantes

Meu nome é de flor

E um beija-flor

Meu lábio beijou

Deixa-me errante

E me acerto no vento

Meu tempo é certo

Me invento por dentro

Deixa-me tua

E me arrumo mulher

Sou igual ao meu sonho

Nem grão nem imensa

Mas do tamanho daquilo que penso

Deixa-me crua

E me nasço toda

Olho d’água, cachaça, semente

De fina pele menina

Sou a melhor da minha sina

Deixa-me brisa

E te faço chamego

Não sou de laia nenhuma

Meu ventre me abruma

Não sou destas nem de outras

Sou densa

Sou casta

Perversa

Milton Oliveira

Agost

milton antonios
Enviado por milton antonios em 03/08/2016
Reeditado em 09/12/2016
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