CHUVINHA
CHUVINHA
vinhas
chuvinha insípida
impressentida
nos telhados
das minhas tardes
letárgicas
e
lavavas
meus olhos
das vãs visões
ressequidas
de ontens
e
nas vidraças
vis
do hoje
choravas
e embaciavas
teus pingos
como domingos
tristes
respingando
rotinas
carregando
dias
e dias
e dias
tu
brisa líquida
vais soprando
tempo
sussurrando
vento
acalmando
minha alma
sem calma
e sem alento
Mírian Cerqueira Leite