Tango
À meia luz, melancolia. Sensualidade a
derramar-se em nostalgia. Espetáculo
íntimo. Intimida-a-dor...
Os pés sobre o quadro de tela a firmar
contornos abstratos, típicos d´ alma de
artista e triste como o lamurio de um
jovem poeta...
O suave toque sobre um chão invisível
e o caminhar ritmicamente improvisado
tão comum às pegadas amadoras, que
acreditavam não estar à altura da milonga
Purpura ilusão de almas entrelaçadas!
Olhos que se fitam no diálogo de corpos
silenciosos, que se tocam em linhas curvas
Dramaturga intenção a dança descortina.
Revela-se como uma história de amor e ódio.
Passos firmes do homem sobre suntuosas
formas femininas, submissas à paixão cristalina.
Assim é o tango para quem dança e para quem
admira; enfeitiçado pelo clima da provocação,
(e)levado pela magia a (a)rriscar-se pelo salão....
Autores:
1. Ana Lúcia Gouvêa da Silva (http://poemasanalu.blogspot.com.br/)
2. Augusto Felipe de Gouvêa e Silva. http://opoetacuritibano.blogspot.com/@augustofelipe.adv (instagram)