RECUSA

“ O Cristianismo é uma metafísica do carrasco”

Nietzsche

Eu não quero deuses

Famintos comensais de humanos

Não quero deuses que se banharam no sangue

Conspurcando a História de nossa interação

Desumanos, carnívoros,

Em todos os templos... Em todos os tempos.

Dispenso deuses que

Não hesitarão em me condenar

Quando um dia surgir para mim

O Dia do Juízo Final.

Receberei sentença, sem crime

A não ser o de tentar sobreviver

Num mundo sem respostas o qual

Não conhecíamos, nem decidimos nele viver...

Deuses que nos entregam nas mãos insanas

de Sociedades cujo caráter já em avançado estado de putrefação

Nos transformam em peças de jogos

Para preencherem suas reles existências com fugazes sorrisos amarelos

Tiranos que governam, Dominantes, tratam almas contando-as

no portão do aprisco, ao entardecer...

Eles determinam o que devemos pensar.

Quanto a Nós, as pessoas de bem, as bases da pirâmide,

Chamadas de povo, raça, metrópole, nação, rural, urbano,

População, bairro, povoado, município, comunidade...

Somos ralé, ignorantes, povão, incultos, irracionais,

Selvagens, e não podemos entrar na Cidade Celestial, embora todos

ou a maioria sejam religiosos, não podemos entrar no Céu,

Não podemos acessar as cortinas de nuvens das portas do Nirvana,

Jamais se encaixar nas cores da Lótus Divina...

Mas, somos um time de destinados aos caminhos do Mármore

Chegando ao Rio da Barca, nem temos dinheiro

Para pagar a passagem... Talvez nem dê para atravessar...

Somos caminhantes nos descaminhos da vida,

Cambaleamos pelas regiões desérticas inferiores

Disputamos alimentos com cães e urubus

E gozamos para procriação...

Também não creio em jovens deuses que

Mesmo não tendo nas mãos o milagre do pão

Aproveitando-se da fase corruptiva do povo

Promete espaço e tempo a alguns viventes desavisados

Que forem generosos, principalmente com os deuses...

Não respeito deuses que se alimentam

Da fé incondicional, impensada, mórbida e cruel

Discriminativa e autodestrutiva advinda do coração

De seres humanos muito pobres de espírito,

Humildes e pobres de vida...

Eles, como vampiros, sanguessugam a aura positiva

Dos pequenos seres... Laranja sugada e lançada fora.

Rejeito com todas as razões do meu ser

Os deuses que sem nenhum respeito pela vida

Mostram seu lado Guerra: mutilações,

Matanças indiscriminadas, em nome dos

Mesmos deuses que têm caráter mau e maus bofes e camuflados...

Entre boas palavras, cérebros lavados: Anjos caídos e depravados

Estes recebem a culpa de todo mal; sem defesa nem trégua.

E assim caminha a humanidade...

Rocha Poema
Enviado por Rocha Poema em 01/08/2016
Código do texto: T5715513
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