JANELA

JANELA

um dia foste

amor vivo

hoje vivo

o amor desgarrado

todo dia

era a vida vista

da janela

que o sol abria

em raios

e a vida era dourada

repetida

acalorada

outra vez era dia

e todo dia

o amanhecer

que sempre era

tinha teu rosto

de berilo

refletido na vidraça

e agora

a vida passa

sem teu hálito de uva

só me resta

uma réstia

repetida de chuva

e um gosto desgostoso

daquele amor

que era

tão novo

tão azul

e de novo

cresce a hera

por toda janela

que de dourada

se fez verde

e eu só queria

te ver de novo

Mírian Cerqueira Leite

Mileite
Enviado por Mileite em 01/08/2016
Código do texto: T5715309
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