Não sei por que.
Escrevo.
Não sei por que.
Busco amizade nas palavras?
Elas me procuram?
Desse encontro resultará alegria provocadora de sorrisos?
Não saberei dizer.
Talvez sim. Não.
Sei que pensamentos acompanham dedos na corrida dos sentimentos.
Saudosistas ao aspirarem aromas de outrora.
Alegres ao acenderem brilhos na escuridão.
Tristes ao magoarem mágoas de recordações.
Raivosos ao sonharem sonhos não realizados.
Será...?
Não sei por que.
Escrevo soltas letras simplesmente?
Uma letra aqui. Outra acolá.
Diz...? Fala...?
Preenche o branco espaço...?
Talvez sim. Não.
Por que escrevo?
Para rimar coração com algodão?
Ridículo seria.
Nada teria sentido.
Repergunto.
Por que escrevo?
Para passar o tempo?
Ou é ele que me transpassa?
Para acordar a solidão?
Ou é ela que me rebate?
Não sei por que.
Mas escrevo.
Pinto palavras nos sons que nos rodeiam.
Toco notas nas cores que nos envolvem.
Bailo canções nas partituras que nos acalmam.
Canto melodias nos amores que nos arrebatam.
Ora...!
Então sei por que escrevo...!
Será...?
Não sei por que.
(29.07.2016)