Com-paixão

Criatura... Decaída

Sofrida e tão somente,

Esquecida.

Criador... Ele sempre aberto,

Acolhendo o resto

Que lhe sobrou.

Eu, infeliz

Desprezado e

Marginalizado.

Ele, atento

Chamando, colocando-se:

Eis-me aqui.

Eu, indeciso

Absorto no tempo, neste mar

De problemas.

Ele, presente

Contente com a minha

Rélis existência.

Eu, encarcerado

Caído a beira

Do caminho.

Ele, passando

Fitando, oferecendo

Socorro.

Eu, solidão

Angustiado pela sofrença.

Ele, esperando

Amando-me, sem

Nada a cobrar-me.

Eu, aborrecido

Amolecido pelo

Peso da cruz nos ombro.

Ele, presente

Ombro a ombro:

Chamando-me. Venha!

Eu, atordoado pelas faltas

Amargurando-me do passado.

Ele, livre, disposto

A perdoar-me, a esquecer

O que se passou.

Eu... Morto,

Inércia pura

Sem esperança ou sorte.

Ele... Abrindo os seus braços.

Rejubilando-se com o retorno

Do eu.

Mãos estendidas ordenando:

‘Levanta-te e anda’.

Eugênio

04/06/2016

Eugênio Costa Mimoso
Enviado por Eugênio Costa Mimoso em 30/07/2016
Código do texto: T5713899
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