Desejo, desejo meu...
Ninguém me ensinou a ter desejo,
ele foi se instalando em mim assim,
do nada, de repente...
De repente um suor escorrendo na testa
e um friozinho na espinha,
a vontade de morder
os lábios
e meus olhos querendo enxergar
além do que se apresentava a minha frente. Ninguém me disse,
ninguém deu conta,
ninguém calou o que estsva em mim.
Natural, aos poucos,
na direção do que não se explicava
pelo gesto ou costume dos outros.
Não calei a voz que aflorava inquietação, mesmo quando todos diziam não,
o caminho é outro,
a direção também!
Não deu, não podia ser de outro jeito,
era mais forte do que o conjunto de mim...
Um desejo voraz de saciar uma sede
sem pontos nem vírgulas!
Nasceu, nasci, eu até fechei os olhos
por vezes,
mas nenhuma vez deixei de enxergar
o que era tão visível.
Meu desejo não nasceu surdo nem sem tato, nasceu ousado e pela ponta dos dedos
aos extremos do meu corpo,
foi desenrolando as linhas da minha existência
e conduzindo-me ao centro da cena...
Nasceu em mim
e me fez nascer como sou...