Ode às éguas

Como são belas

as éguas a pelo

de crinas no espelho

das águas do rio.

Sol a pino,

pastam serenas

ancudas e plenas

cismando férteis

o destino de femêa.

A galope,

aprumam o corpo

e saltam planas

a cabo do movimento.

Ladeira acima,

requebram a sorte

ofegantes quão forte

relincham, se torpe

a espora que fere.

Morro abaixo,

firmam o casco

e articulam o passo

com que vencem as pedras.

Marcadas na pele

a ferro quente

nada desmente

a linguagem nua

com que falam às mulas

[Também jumentos].

Como são belas

as éguas a coice

selvagens em fúria

De rerum natura

a se dizer.