ESPERA INÚTIL

Tenho a cidade aos meus pés

E no meio da tarde

Espero a musa

Entre tantos transeuntes

Que atropelam minha solidão

Enquanto o Capibaribe às minhas costas

Com seu fedor de bosta

Zomba da minha espera

Já é quase noite

Os passos já são apressados

Para os ônibus

Que levam aos subúrbios

Minha memória busca um verso

Já não tenho a cidade aos meus pés

Com a noite

Se infiltrando na realidade

A ausência da musa é real

Deixando comigo

As cinzas de uma espera inútil.

JOAQUIM RICARDO
Enviado por JOAQUIM RICARDO em 29/07/2016
Código do texto: T5712878
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