Ato final

O meu povo não quis ouvir a minha voz

Mas choram com Raquel,

Como se dor atroz

Com sabor de fel

Sua alma consumisse

Em profundas trevas.

Arautos foram levantados

Para anunciação de boas novas

Que leva em seu bojo

O que no fim importa,

Mas olhos vendados,

Pétreos e enfadonhos,

Recusaram enxergar.

Ouvidos fizeram-se moucos

E deram de ombros

Escamoteando gestos servis

Mas dores explodem em lágrimas

Que sulcam faces cansadas

Desesperadas entregues enxagues

Ao desespero do fim

Que se assoma ao horizonte,

Ato final

De um decreto findo.

27/07