o mel necessário

À beira

Da noite, as ninfas

Gritam o desespero

Que se infiltrou em

Suas pélvis, onde está

Aqueles que sabem do

Segredo de seus sulcos

Dos mistérios guardados

Sob seus vestidos, é o sonho

Envelhecido que no fruto

Proibido estipa o

Gosto da vida que se tem

No sumo das árvores,

nas flores frescas banhada de

sol e beija-flor, nos cortes

sensuais e abertos da beleza

Muitos não escutam no

Ar esse veneno feito de

Sexo e suor, mas o sangue

corre vermelho nesse céu que

Consome o corpo desse vazio

Que tudo toma, inclusive o

Orgasmos vivo e ardente que

Que se infiltra no corpo do mundo;

Onde vida transpassa como se

Nada fosse de verdadeiro, é essa

ilusão que o machado do tempo

come, que olhar dos sofredores

não descansa que

É penetrado num coito enlouquecido,

que espirra em todos os poros esse

gosto de silêncio dolorido

As deusas recebem em seus

Entranhas marejadas o toque dessa

Mesma língua do tempo, que lhe fecunda

Em profundidade, o lábio é quem

O sabe, a boca, os dentes que

Cavouca do corpo celeste o

Mel necessário,

Como trazer um poema

Se nesse momento uma

Tremenda sacanagem

Fazem com esse país;

Se o poema

Gostasse de sacanagem

Subia a superfície

Não ficava lá em baixo,

Antes, o medo era

Das profundezas, agora

É lugar de refúgio, por

Isso, poema se esconde,

É medo de se fazer mundo

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 27/07/2016
Reeditado em 27/07/2016
Código do texto: T5710852
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.