o mel necessário
À beira
Da noite, as ninfas
Gritam o desespero
Que se infiltrou em
Suas pélvis, onde está
Aqueles que sabem do
Segredo de seus sulcos
Dos mistérios guardados
Sob seus vestidos, é o sonho
Envelhecido que no fruto
Proibido estipa o
Gosto da vida que se tem
No sumo das árvores,
nas flores frescas banhada de
sol e beija-flor, nos cortes
sensuais e abertos da beleza
Muitos não escutam no
Ar esse veneno feito de
Sexo e suor, mas o sangue
corre vermelho nesse céu que
Consome o corpo desse vazio
Que tudo toma, inclusive o
Orgasmos vivo e ardente que
Que se infiltra no corpo do mundo;
Onde vida transpassa como se
Nada fosse de verdadeiro, é essa
ilusão que o machado do tempo
come, que olhar dos sofredores
não descansa que
É penetrado num coito enlouquecido,
que espirra em todos os poros esse
gosto de silêncio dolorido
As deusas recebem em seus
Entranhas marejadas o toque dessa
Mesma língua do tempo, que lhe fecunda
Em profundidade, o lábio é quem
O sabe, a boca, os dentes que
Cavouca do corpo celeste o
Mel necessário,
Como trazer um poema
Se nesse momento uma
Tremenda sacanagem
Fazem com esse país;
Se o poema
Gostasse de sacanagem
Subia a superfície
Não ficava lá em baixo,
Antes, o medo era
Das profundezas, agora
É lugar de refúgio, por
Isso, poema se esconde,
É medo de se fazer mundo