bromélias
o que eu
quero mesmo, moça!
é lamber!
lamber
essa tua
pele clara
teu seio na minha boca
o dente toca
e se diz na saliva
que escorre por
entre os lábios
que esquenta
deixa marcas
tortinhas e rosadas
no fundo do ventre
saberá
do rio
que ferve e pulsa
e do pulso
que venta o gelo
no sol de tua virilha
que mela os lençóis,
grita no fundo
esse corpo que
te pesa, esse dente
que te morde, essa
agonia que te celebra
em minhas palmas
apertar as ancas
nas pontas de meus dedos
minha unhas
meus dedos,
dedilhando a tua carne de gengiva ;
de curvas, fleumas e gritos
abafados
não fale
não pergunte,
respire para não morrer!
apenas saiba na púbis
no entumecido de teu caroço
com a boca
de palavra (não)
esse se dispersa
ao som dos prédios altos
deixe que teu corpo
que tua garganta
conte
apertando os lábios
Os outros, que não se fala
Com minha língua de água