bromélias

o que eu

quero mesmo, moça!

é lamber!

lamber

essa tua

pele clara

teu seio na minha boca

o dente toca

e se diz na saliva

que escorre por

entre os lábios

que esquenta

deixa marcas

tortinhas e rosadas

no fundo do ventre

saberá

do rio

que ferve e pulsa

e do pulso

que venta o gelo

no sol de tua virilha

que mela os lençóis,

grita no fundo

esse corpo que

te pesa, esse dente

que te morde, essa

agonia que te celebra

em minhas palmas

apertar as ancas

nas pontas de meus dedos

minha unhas

meus dedos,

dedilhando a tua carne de gengiva ;

de curvas, fleumas e gritos

abafados

não fale

não pergunte,

respire para não morrer!

apenas saiba na púbis

no entumecido de teu caroço

com a boca

de palavra (não)

esse se dispersa

ao som dos prédios altos

deixe que teu corpo

que tua garganta

conte

apertando os lábios

Os outros, que não se fala

Com minha língua de água

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 26/07/2016
Código do texto: T5709815
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