o poema
o poema
não sabe
da mão que o
inscreverá na
carne do tempo,
não sabe
que nalgum
momento uma
mulher o descansará
á beira do púbis
na exaustão do corpo;
que lábios balbuciará
seus fonemas azuis
quem nele irá
acordar e ser a terra
que ele inclina, o poema
não sabe da violência
surda que nos olhos
do homem projeta um futuro;
mesmo assim o poema
vai nascer, e sua forma
será sua luz e nunca
saberá de seu passado de trevas.