o poema

o poema

não sabe

da mão que o

inscreverá na

carne do tempo,

não sabe

que nalgum

momento uma

mulher o descansará

á beira do púbis

na exaustão do corpo;

que lábios balbuciará

seus fonemas azuis

quem nele irá

acordar e ser a terra

que ele inclina, o poema

não sabe da violência

surda que nos olhos

do homem projeta um futuro;

mesmo assim o poema

vai nascer, e sua forma

será sua luz e nunca

saberá de seu passado de trevas.

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 26/07/2016
Código do texto: T5709676
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