Não sou poeta, 

Coração enegrecido, 

Ferido, esvaindo-se na parca vontade

De viver, de ser, vontade de existir, 

Caminho descendente, negro, solitário! 

Não sou poeta, 

Nem as flores mais existe, 

Secaram, não sob o calor, 

De outra paixão, as árvores morrem

De pé mas morrem, perco-me 

Por perdido andar, ideias terminais! 

Não sou poeta, 

Nem tão pouco sei quem sou, 

Mas sei, que poeta, o não fui, 

Ou na minha louca viagem serei, 

Mesmo não o querendo ser! 

Sou poeta, 

Sofredor das letras, 

Da alma inquieta, 

Da morte da borboleta, 

Da maré, da lua nova, 

Dos amantes suicidas, 

E das noites perdidas, 

Poeta da solidão,

Por pedra ser meu, 

Eterno e gelado coração! 

Sirio de Andrade
Enviado por Sirio de Andrade em 26/07/2016
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