Medo do medo

Medo vai...medo fica.

Dá meia-volta e volta.

Medo não anda, atropela,

Se esconde por um tempo,

retorna.

O grande medo do medo,

é encontrar-se com o descaso,

o medo rebola na frente dele,

disfarça, até assovia,

como se fosse nada.

Medo não foge, esconde-se

nas sombras, alimenta-se

do irreal humano.

Se medo fosse bandeira,

ela não teria mastro,

a cor seria negra, de tecido puído,

pesada não pode dançar ao vento,

Nó na barriga, tremedeira, dor de cabeça,

Medo é criação e não criatura,

depende de mim ser Michelangelo,

e não um David de mármore branco

jmd2016