INDO EMBORA...

Indo embora...

(Leandro Alves Pestana)

Indo embora do que me gasta erradamente

Da hora chata que me consome

Do incômodo da inconveniência dos falantes

Dissipando a lágrima ingrata que fora derramada

Por coisas que não valiam à pena

Carrego os prejuízos de quem não abre

E nunca abrirá mão de amar

Calo o medo e me proponho

A um teísmo explícito, olhos fitos no melhor

Que a vida tem a me oferecer

Desafiando o gosto, sumariamente exposto

De quem corteja o palco, idolatrado e findo

Camuflo os versos, afasto-me dos aplausos

Para saber se o que busco é realmente o que preciso

Indo embora para encontrar o que ficou para trás

O mesmo lugar que por um instante se perdeu

Arriscando-me, no mínimo, a ser feliz

Desobrigando-me do sucesso

Coerentemente livre, colhendo aquilo que eu plantar

Recebendo o que, naturalmente, fizer por merecer!

Vá embora do que não lhe faz bem!

Que a felicidade lhe abrace!