Companhia

Têm esses dias azuis que a vontade

da preguiça é bater na porta do outro

sem esforço, só pra saber se tem gente

e saber-se companhia.

É dia de fome amena

de quem nada espera, e tudo pensa.

Essa vontade de bater no coração do outro

poesia sem asas, sem graça

um acalento.

Mesmo sem aceitação

não importa, é nesses momentos

bobos de preguiça que se escreve

essas tolices, e fica aqui, entre nós,

um querer ausente, creio de preguiça.

Vou pra porta da poesia só ela

sente o outro lado que me toca

aquele que nada quer,

hoje é de descanso, e preguiça.

E a companhia? logo me vem a porta,

afinal, já cuidei do meu jardim.

jullia
Enviado por jullia em 24/07/2016
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