DECEPÇÕES

Decepções (Leandro Alves Pestana)

Quisera eu não tê-las

Não vê-las, não sabê-las

Pois essas enfraquecem

Aborrecem, entristecem

E além de tudo

São chatas pra caramba

Mas quem não as teve?

Quem não as viu?

Quem não soube de alguém?

E brigou consigo, e feriu o próximo

E chorou com a vida?

Ora um namoro que não foi à frente

Ora um trabalho que não foi mantido

Ora uma cura que não veio

Ora um esforço a mais que não fiz

E tantas outras para quem se atreve a viver

E bem aventurados são os que

Tentam de novo, mesmo que incertos

Ressabiados, mas tentam sempre

Pois do que é feito a vida

Senão de tentativas, de riscos?

E há os insanos, tolos

Que desistem tão facilmente

Acomodados nas prateleiras

Dão-se com a validade excedida

Como se já nascessem

Rotulados ao fracasso

Quisera eu não decepcionar

Não magoar, ser o molde perfeito

Mas enquanto vivo, existo, erro tanto, mas

Busco acertar-me, lido com diferenças

Tanto as minhas quanto as do outro

E nessa gangorra de inconstâncias

Tenho que aprender a tirar proveito

E tornar a decepção favorável

Ao meu crescimento pessoal

Estou aqui, tenho que viver, agir

Ocupar-me com a busca das minhas identificações

Eliminar os excessos internos e externos

Não esperar demais, valorizar o mínimo

Sorrir com os pequenos lucros

E ter a convicção de que

A força do amor transforma a certeza do prejuízo

A Cruz de Cristo me ensina isso a cada dia

O amor desarma qualquer incerteza, arrisque-se

Alegre-se, supere-se, você não está sozinho!