O ABSURDO

ABSURDO

Mês sequência de dias

contei dezenas de anos

que passaram sem ti

visões dos meses fartos

absorto contando ilusões sentidas

quem podia me dizer

onde vive o perfume

que insiste deitar-se

sobre meus sonhos

e acordar dizendo adeus

quem é aquela loira

de olhos azuis tenros

que depois desce vingando-se

das coisas tolas raquiticas

das coisas sem corpo

artificios de pertencer

o que foge com ela

tem estranhos beneditos

que acreditam no mágico

o trágico faz existir por sufrágio

o amor é fraco

não tem cerca não tem mistério

quem deserta de tudo

teve uma paixão contudo

e o nada mais veio dizer

sobre o que sentia...

João Marcelo Pacheco
Enviado por João Marcelo Pacheco em 23/07/2016
Código do texto: T5707083
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