O ABSURDO
ABSURDO
Mês sequência de dias
contei dezenas de anos
que passaram sem ti
visões dos meses fartos
absorto contando ilusões sentidas
quem podia me dizer
onde vive o perfume
que insiste deitar-se
sobre meus sonhos
e acordar dizendo adeus
quem é aquela loira
de olhos azuis tenros
que depois desce vingando-se
das coisas tolas raquiticas
das coisas sem corpo
artificios de pertencer
o que foge com ela
tem estranhos beneditos
que acreditam no mágico
o trágico faz existir por sufrágio
o amor é fraco
não tem cerca não tem mistério
quem deserta de tudo
teve uma paixão contudo
e o nada mais veio dizer
sobre o que sentia...