Poesia nociva
Tinha a pele preta
a boca suja de tapioca
o olhar do gado na fila do abatedouro
Trajava panos surrados
contemplava as figuras e letras gordas
de um livro magro
mais que ele
Nós, sentados
lado a lado
eu contando os minutos pro trabalho
ele esperando a hora de morrer.