TU ÉS.

Pai nosso que estais em mim

És a força do pensamento

És todo o firmamento

És o Amém e o Sim

Não tens começo nem fim

Tu és o Pendão Real

A minha fé racional

Me envolve no teu fulgor

Sou servo e Tu Senhor

De Amor universal.

És a inteligencia infinita

És a Paz e a Harmonia

És a Palavra que cria

Tudo que no mundo habita

És o vento que agita

O estandarte sagrado

Em teu reino iluminado

Pelo sol da perfeição

És cristal em vibração

No lamaçal do pecado.

És o vinho sobre a mesa

És a Rocha que sustenta

És o Pão que alimenta

És nos céus toda grandeza

És essência e pureza

Tua voz lene o selvagem

És o manso e a coragem

Que faz do fraco um forte

És a Vida sobre a morte

És espelho nos imagem.

És O Todo em toda criação

És o fôlego do pulmão da vida

És o balsamo sobre a ferida

És a própria imensidão

És Amor em forma de perdão

És o DEUS do impossível

Te enxergar não é possível

Mais Te fito em beleza

Guando olho a natureza

Te vejo mesmo invisível.

És a luz que arrodeia o mundo

És o centro que tudo equilibra

És o brilho em que a estrela vibra

És água de um poço fecundo

És o abismo profundo

Onde habita o teu mistério

És a música de um saltério

De acordes celestial

És a aurora boreal

No Teu Santo hemisfério

És o halito quente do vulcão

Que vomita cinzas pelos ares

Estais em todos os lugares

És a força da erupção

És a causa da transmutação

És o sopro dentro do vapor

És a pena que pinta a cor

Da garganta quente da cratera

És o fogo que aquece a esfera

Com o teu Santo manto de calor.

És o som das águas do oceano

És o imenso atlântico da vida

És o porto da alma perdida

És dos mares farol Soberano

És o vento que impele o pano

Da jangada da cor de cambraia

És a brisa lânguida da praia

Que ciranda com a maresia

Vendo isto ate a poesia

Comovida em versos desmaia.

És o que És não importa o nome

És o Infinito e a Eternidade

Tu És o verbo Tu És a Verdade

És a Chama que não se consome

És Maná que sacia a fome

Tu permeias toda vastidão

És Autor de toda criação

Do átomo ao ser mais elevado

És o oceano nunca navegado

Pela ciência ou religião.

És a semente plantada nas matas

És o primor de uma cerejeira

És o canto de uma cachoeira

És o ar em que voa as fragatas

És o encanto que faz as lagartas

Se tornarem frágeis borboletas

És um feixe de cores perfeitas

Que dá o tom em toda natureza

Tinge a pele da fera tigresa

E o roxo sobre as violetas.

És chuva no chão do sedento

És o impulso da tempestade

Tu És a eletricidade

Rasgando o pano do vento

És fonte de aquecimento

Que descarrega o trovão

Que estoura com a pressão

Roncando de mundo a fora

Tu És a onda sonora

No ouvido da imensidão.

És o oásis aos perdidos

No deserto da esperança

Tua Mão tudo alcança

Com teus braços estendidos

Teus olhos são comovidos

Se o peregrino vagueia

Quando ele fraco arreia

Cansado sore os escombros

Tu o carregas nos ombros

Ate tira-lo da areia.

És a fluidez dos rios

Nas margens do meu viver

Tu És perene em meu ser

Mesmo em cursos bravios

Tu estais nos rodopios

Das águas sobre o lajedo

Tu conheces o segredo

Das águas se aquietar

Para poder me salvar

Das correntezas do medo.

És a Consciência do universo

Tu És a Divina Mente

És o infinito presente

Em constante progresso

És o portal de acesso

Ao castelo do Eterno

És o Materno e o Paterno

És a chave do obstáculo

És a luz do tabernáculo

És o incenso fraterno.

És o simples e a opulência

És o raso e o profundo

És o Soberano fecundo

És infinda inteligencia

És a fé e a ciência

Já descrita em papeis

És mistério aos fieis

És tudo isto em fim

Tu És o EU SOU em mim

Por isso em mim TU ÉS.

Ebenézer Lopes
Enviado por Ebenézer Lopes em 23/07/2016
Reeditado em 11/08/2016
Código do texto: T5706271
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