MAR e SOLIDÃO
Fina linha no horizonte,
recortada por água e vento,
elementos que a um só tempo...
sopra, e sopra..,
e se expande..,
e se contrai..,
que vem, e que vai.
e que sobe, e que desce..,
e que nunca se esvai.
crias que são,
de um só rebento,
toda essa água,
todo esse vento,
que levam... e que trazem... e que vão
e que nunca se esvai.
jornada que se faz,
e se desfaz,
jornada sem fim,
pequeno barco,
água e vento,
sempre mar a dentro.
Vagas que lambem teu casco,
e que trazem, e que levam,
as vezes,
e por acaso,
boas lembranças.
velas armadas,
costuradas na esperança,
que embalam os sonhos de velho pescador,
alma feita quase criança,
moldada a força,
marcada na dor,
e assim, sem traumas,
sem rancor,
navegam teus sonhos,
ah... e navegam os teus sonhos,
nessa imensidão,
ainda com amarras,
amarras atadas ao tempo,
o tempo que ficou,
ficou no porto,
no porto dessa vida,
à beira mar, à beira solidão,
imensidão....
e assim é que se leva...
e assim é que se traz...
que se vai e nunca se esvai...