PALAVRAS

Contemplo as palavras,
sinto a sua umidade,
seu vapor embriagante.

Recolho-as com cuidado
como flores delicadas
de um jardim sem fim.

Perscruto suas faces,
tão secretas em seus prismas,
tão expostas em seus ângulos.

Busco a melodia
que habita suas pétalas
para tentar uma canção possível.

Ajeito-as, enfim, no papel
como numa alfombra divinal
e me deleito em sabê-las minhas.

 
Otávio Coral
Enviado por Otávio Coral em 21/07/2016
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