LÚGUBRE
LÚGUBRE
Na invisibilidade do ar
Respiro a plenos pulmões
Os aromas e os odores
Deste estranho lugar
Cheio de mistérios
Na frieza da chuva
Destilada água
Bebo a impureza da vida
Da canícula do fogo
Tiro forças de sobrevivência
Da firmeza da terra
Tiro tudo que me alimenta
Sou explorador da natureza
Nada lhe empresto ou doo
Apenas sugo, bebo, engulo
Tudo que me fornece
E a cada instante fenece
Um pequeno pedaço de chão
Destruído pela necessidade de vida
Paradoxo que perdurará
Até o juízo final
Quando tudo estará esgotado
Espoliado sem dó
E tudo, tudo, será pó
O ar será gás carbônico
A água evaporada
A terra estorricada
O fogo cinza
A vida extinta