ÓPERA DOS IMBECIS

Tanta bagunça na dança

Do teatro dos seres que pensam.

A ópera que toca engorda a burguesia,

Pandora que envolve todas as vontades.

Os hippies sim que foram felizes,

E hoje são velhos e da nada se lembram.

Os que são vivos, pois muitos morreram,

E de tanta vontade não conseguiram mudar o mundo.

Larga esperança que não existe mais,

Dor tão profunda de ver tudo errado

Enquanto senhores se refestelam

A multidão se acaba no vício,

Novelas, consumismo, carros velozes, drogas letais e baratas

Imbecilizam a civilização para a alegria daqueles

Que se agarram ao poder como alimento vital.

Todo pensamento é só pessimismo,

A multidão em letargia espera a conclusão

Arrogantes e ignorantes vagando como cegos

Numa noite de festa sentindo mil sons,

Trombando nas mesas derrubando a comida,

Espalhando pelo chão a água que poderia

Matar a sede e molhar a garganta

Para proferir o grito de ordem unida

Chamando à revolta contra o esquema que mata

A vontade de alegria para ter felicidade.

E a dança que cada vez mais frenética

Leva a exaustão multidão de fantoches

Fantasticamente manipulados por seres que

Na penumbra riem dissimulados esperando o fim.