MADRUGADA
A luz da rua
Clareia
A lua cheia
O corpo na cama
O sono demora...
E alguém chora
Lá fora.
O escuro do quarto
Os móveis
Imóveis
O escuro da noite
Os automóveis vão embora.
Aqui dentro ...
Nenhuma fala
Nenhum passo
Todos dormem
Ouve-se apenas
A respiração
Dos relógios
E dos homens.
E lá fora?
Ora ...
A luz apagada
Os olhos fechados
Tudo parado
A não ser as horas.
Alguém chora!
Lá fora
Se pensa no vento
Aqui dentro
O pensamento evapora...
Lágrimas...
Escuridão!
O pranto molha o chão.
O Tempo chora
De solidão!
Elenize
19/09/1998