Farpas do silêncio
Meu coração se faz felino quando cospe sua dor
se diz liberto quando se perde suas rédeas
se diz vivo quando não está mais só.
Meu coração é farto pra receber doações de paixão,
é vasto quando quer entender as farpas do silêncio,
é saudade quando faz o tempo dormir no seu chão,
Meu coração é forte quando o suor empedra,
é terno quando lembra das luzes recebidas,
é monge quando tem que repor seu chão.
Meu coração é arteiro quando a cortina desce
é gigante quando meus ossos teimam em enferrujar
é alegria quando pode emergir seu perdão.
Meu coração é esquisito quando teimar em domá-lo
é desbravador quando está diante do escuro
é vivo enquanto suas batidas traduzirem o que a minha alma teimar em traduzir.
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