O oráculo dos mentirosos

Ousa um pobre histrião,

enaltecendo-se fisicamente no PC.

Caça faminto; a jovem indefesa,

logrando os fatos da própria beleza.

É louro, lindo e rico,

um Lord enfeitando a tela,

protegido pela vã virtualidade,

foge a realidade e no teclado exagera.

Finge a jovem iludida,

vestindo os fetiches do infeliz.

E ela que ao espelho se faz simpática,

virtualmente transforma-se em miss.

Pactua inverdades no bate-papo,

brinca, excita, exaspera

e de uma bela mariposa outrora caçada,

surge a rainha que ao zangão dilacera.

Envoltos nos sortilégios pré-conquistados,

partem ambos ao fatídico encontro.

Apresenta-se o príncipe metamorfoseado,

um sapo, perdido e verborrágico.

Ela mal-ajambrada e mitigada,

disfarça-se na intrépida maquiagem

e devoram-se pela falaciosa anedota,

pois, a moral da estória logrou a malandragem.

Nas controvérsias da ocasião,

temos um ex Narciso constrangido

e uma Nereida de face amarga;

ambos pelos Deuses, desprotegidos.

Um Romeu e uma Julieta em extrema alusão,

uma Feona e um Ogro, exaltando a animação,

experimentando o próprio veneno,

confrontam na mentira, as facetas da ilusão.

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 18/07/2007
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