LÁGRIMAS DOS ÓRFÃOS

Choram os órfãos

Sob o cadáver de um sol deposto

Mergulhado na instabilidade da sanidade.

Tábula rasa sem salvação

A ignorância atestada

Num alvo na testa.

Choram os órfãos

Querendo leite e pão

Tentando serem livres

Da alcunha de peregrinos

Da pungente solidão.

Choram os órfãos

Na noite mais escura

Aonde os vaga-lumes

Não querem ser

Apenas mais uma estrela apagada.

Choram os órfãos sob os cadáveres

Depostos de todos os astros luminescentes

Fazendo de suas lágrimas

As sagradas ondas sobre o imundo

E oxigênio da nova criação do mundo.