O EFEITO PEALO NO AMOR
Montado em seu cavalo tubiano
sentindo o minuano no rosto,
num galope a rasgar o tempo,
seguia sua rota o pampiano.
A chinoca no pensamento,
o peito sacudia em alvoroço.
O frio gelava alma e chão.
O tropel quebrava a geada.
A ânsia de chegar o inflamava.
O ímpeto do impulsivo coração
à aproximação de sua amada,
era como fogo que o atiçava.
Peão dos mais guapos, valente,
enfrentava qualquer parada.
Jamais em alguma peleia batido.
Porém, do amor o pealo recente
bem armado encurtava a laçada
e por certo ele estava vencido.
Muitas léguas foram percorridas,
sem descanso a sua montada,
por seu dono encambichado.
No tropel marcadas as batidas
do coração naquela jornada
que o amor lhe havia aprontado.
E assim, quando a tarde caia,
o galope já ia se arrefecendo,
a silhueta do galpão ele já via
e da cordiona som apetecendo
cair no fandango, o que queria.
No palanque o cavalo foi atando.
À porta dois braços abriram a cruz
na qual jogou-se ao fogo da paixão.
Valeu a pena as horas cavalgando.
Pealado no amor o valente se reduz
ao mais meigo e submisso peão!