Carne Humana

Chove água fina,

Infiltra na pele do homem,

Lava o sal, ofende os pulmões.

E o som do trabalho

Acasala-se com o rouco da tosse,

E quando vier o silêncio,

Cobrindo de tristeza todo teto,

Troca-se o homem.

Chove água fria,

Congela a decência e a dignidade,

Empedra o sonho,

Conserva a carne morta.

Belo Horizonte, 10/02/87.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 17/07/2016
Reeditado em 24/07/2016
Código do texto: T5700393
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