Armisticio
Soldados das aflições concedem o armistício,
As regras de luta mudaram e mudarão as planícies,
Os verdes que eram matas são lapides armadas,
As matas que matam na estratégia de vitória eterna.
Coronéis comandam o massacre após o descanso,
Colocam na frente os impuros de coração, os vermes,
As solitárias bactérias jogadas nas bases de canhões,
Os gritos dos canos pedem passagem avisando o extermínio.
Comandantes informam a quantidade de balas no pavio,
Pólvoras molhadas pelo suor do sol nas peles dos animais,
Uivos por toda a planície, sons de prazer e de vida eterna,
Para as aves que ficam sem asas caem suas penas no chão.
Os dentes rangem um sorriso de dor,
Nas planícies existem pedras vermelhas amarelas de terror,
Terra molhada pelas chuvas dos pingos adultos e crianças e velhos pingos,
Em cada relva a lembrança de vidas finalizadas longe de suas casas.
A sede nas lágrimas dos olhos da viagem de nunca,
Ouvir a surdez do infinito sem entender aonde esta,
Ontem era chão, hoje é sangue e amanha é solidão,
Sentir a coragem da covardia e estar longe do que se vive.
Não há vento no rosto não há cheiro e nem nariz,
Não há cansaço nas pernas nem a dor nas costas,
A barriga sem alimento o alimento estragado no paladar,
A alma tenta se abrigar sem a roupa da pele sem respirar o ar.
E do chão vem à verdade...
Verdade sem retorno...
Um contorno do que se foi...
E agora para aonde ir sem esboço.
Se das duvidas carregadas na mente, dos mistérios da vida,
Agora tens a alma como exemplo, com solução para os receios,
Ver-se-ia sua roupa, seu leito seus amigos do peito.
Se do choro o caminho era feito, se da oração o caminho é refeito.
O que sobra no solo...
É a cerração,
E o que vai para o alto...
É um filho descalço...
Sem pensamento do que é...
Sem Ter a segurança do alvo...
Sem a vontade de querer partir...