Preciso ir
Nossos corpos se fundiram
O único som audível era o de nossa respiração
Em minha boca o teu gosto,
O teu suor percorria o meu corpo
Em teus olhos a chama do pecado
Que faiscava como quem ardia de desejo
Eu sempre soube que deveria sair após saciar-nos
Eu jamais deveria ter permanecido
Sair sem alarde, sem tirar nada do lugar
E voltar quando conveniente
Mas, sem permanências
Esse era o plano
Mas ficou o cheiro
Ficou a lembrança latente na memória
Também ficou o desejo, que reclamava de vez em quando
E aconteceu de novo...
E de novo...
E eu senti que precisava ir...
Antes que perdesse o domínio sobre mim...
E foi aí que eu acordei
Assustada e aliviada
Era só mais um sonho de uma noite de inverno
Dentre as tantas outras que haverão de vir
Entretanto, eu ainda sinto:
Preciso ir!