Lucidez

Não quero mais o adeus nos beijos que dei,

nem a incerteza do que serei... será?

Não quero o certo ou incerto de sentidos mornos

dos que temem os encantos do amor,

nem o destempero que tempera a dor.

Venha a mim o mundo no que possa me dar

que o abraçarei na coragem de quem sabe sonhar.

Não quero mais as rimas dos versos batidos,

saio do contexto, libero a libido.

Tomo parte do verbo contido na palavra amor,

não quero mais os sonhos não vividos

obsoletos em paradigmas corroídos

de amantes mal amados, destruídos, abandonados

nos mesmos passos, abraçados ao acaso,

onde são levados aos precipícios das lembranças

recordando a esperança que em ritmo de criança

marca o passo no compasso da nova dança.

Não quero mais o mundo gritando ao meu ouvido

as dores que meu corpo encerrou.

Refaço a cena pondo fim ao que sobrou da lucidez,

abraçando a loucura desfaço-me dos sentidos

e torno-me viva outra vez.

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Aisha
Enviado por Aisha em 05/10/2005
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