Criatura
A visão do poeta
É de uma ótica torta,
Fixa a imagem real
Na cena já morta,
É estar só no mal
Sem fechar a porta.
A atenção do poeta
Não atropela momentos,
Acelera em nuvens de algodão,
Faz do céu e do mar inventos,
Deforma a lua, forma um coração.
A razão do poeta
É uma voz não muda,
É urinar a rotina fria,
Sofrer sem nenhuma ajuda
No ilusório doce da poesia,
É estar livre na dor aguda.