acabou?

rasgos de trevas

entalados na goela,

no tecido, na sua

dramática trama

vermelha e fluxogênica

como que um

lascivo roendo

os ossos

no trampolim de um fosso

inaldito ,

que ninguém explica

como apareceu ai

aberto aos olhos

da carne, como

amar com todo

esse entupimento

dos sonhos, com

essa cidade tomada

de desesperança,

nesse reino de infâmia,

rondando os passos,

que vai e volta

que vai e volta

como se não soubesse

outra forma.

sanfona de um

quântico mal acabado;

e lá fora, o pão que

o dia amassou no cardápio

dessa vida cotidiana;

e muita gente não

sabe que o mundo acabou.

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 16/07/2016
Reeditado em 16/07/2016
Código do texto: T5699425
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