O estranho

Corre no viaduto a voz inclinada,

os pes da terra dos anos,

Rostos inalterados,

Deslizando da boca

Do nada,

Sem cor,

Sem dor,

Estufado asfalto

Tragando suspiro rouco,

Nesse instante um papel

Deixado no fim da rua

Recado do proximo encontro,

Lançado fogo da ladeira,

Estranho,

Sem nome,

Sem rosto,

Sem corpo,

O barulho da praça se cala,

Ele esta a escutar o silêncio

Estrangulando as formas

Sombrias,

Gritam,

Viram o templo adormecido,

Sem rezas,

Se pegam olhando

Espaços,

Sufocado dentro do peito,

o estranho,

Nada me diz,

Andam ruas,

Foi embora,

O estranho nao deixou seu nome....

Lilian Meireles
Enviado por Lilian Meireles em 14/07/2016
Código do texto: T5698071
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