Até quando?

Ana estava indo para casa

Um homem aparece,

A joga em um beco, sujo

"Vadia novinha, vestida assim

está querendo o que quero"

Disse o homem

Em meio aos apertos

Em meio ao caos

Que se formava dentro dela.

"Socorro!" ela gritava

Mas ninguém ouvia

Em plena luz do dia,

Aquilo acontecia.

Amarrou um pano em sua boca

e em suas mãos

O coração dela parou por um instante

Apertou a todo instante;

Levou tapa na cara

Tudo parou

Não ouviu nada

Apenas sentiu,

Aquela imundície a inundar,

Tudo ao seu redor, desmoronar

Perdeu a virgindade com dezesseis

Com quem não gostava

Com quem não amava

Em um beco sem saída

Pois foi forçada e obrigada.

Parecia que aquilo nunca acabaria

Uma eternidade,

Que ninguém desejaria;

O homem acabou,

A soltou

E o desgraçado se mandou.

Ela chorou

Se sentiu imunda, suja

Iria viver com medo,

sem sossego.

Até quando, isso vai acontecer?

O mais triste é saber

Que isso vai acontecer,

várias e várias vezes

Com caras assim, soltos por aí

Com uma sociedade estúpida

Que sua maior especialidade,

nada mais é do que achar

"Mas a sua roupa..."

e só julgar.

Até quando, isso vai ser rotina

Das mulheres, que só querem andar em paz

Com a roupa que proferirem

E não serem julgadas

Mas sim, respeitadas?

Até quando vai existir,

várias Ana's por aí?

Até quando a roupa vai ser um motivo?

E quando seremos respeitadas?

Quando?

Tacia Buganem
Enviado por Tacia Buganem em 14/07/2016
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