Aurora Brumaceira
Aurora brumaceira
de céu pardacento
no rosto um bom vento
na árvore o inverno
roubando-lhe as folhas
e os galhos finórios
estalam num canto
que é música lôbrega
mas há um trinado
de tom mavioso
que o pássaro entoa
ao vasto longínquo
alvacento horizonte
que vela o arcano
num algoz dilúculo
infausto crepúsculo
que faz-se na alma
perenal do poeta
que contempla embatucado.